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Bento XVI, adorando o Cristo pregado na cruz |
Por Silvério Filho
Hoje (3), Sexta-Feira Santa, estamos no segundo dia do Tríduo Pascal, conjunto de três dias no qual celebramos a Páscoa do Nosso Senhor, começando com a Celebração da Santa Ceia e concluindo com a Celebração do Sábado de Aleluia. [1]
Neste dia, nós contemplamos a paixão e morte de Jesus, momento que deve ser de silêncio, de extremo respeito e reflexão sobre o amor incondicional que levou o próprio Deus, cujo Verbo fez-se homem, a sacrificar-se por nós, para que todo que n'Ele crer tenha a vida eterna (Jo 3, 1).
O Cordeiro de Deus teve que ser humilhado, açoitado, destroçado, ao ponto de sua aparência não ser mais a de um homem, tornando-se irreconhecível, conforme a profecia (Is 52, 14). Viraram-lhe a face, espancaram-no, trataram-no como se fosse um desafortunado, humilhado e golpeado por Deus, desconsiderando ser Ele o próprio Criador, que tomava sobre si nossos pecados e nossas enfermidades, sem abrir a boca (Is 53, 1-7)
É por isso que a Igreja nos convida, neste dia tão distinto, a adorar o Cristo pregado na cruz, símbolo maior do seu amor por nós, recordando-nos que foi não apenas por culpa dos romanos ou dos judeus que Ele morreu daquela forma, mas sim por nós, para que pudéssemos ser perdoados.
Porém, embora este seja um momento de respeito e de adoração silenciosa, vale lembrar que não é, jamais, um momento de tristeza: ao contrário, devemos nos alegrar por saber que o Filho do Homem nos amou ao ponto de deixar-se, humilde e obedientemente, humilhar-se, para vencer nosso orgulho; morrer, para que pudéssemos vencer a morte.
Deste modo, Cristo nos deixa, no dia de hoje, além da prova maior do seu amor incondicional, o exemplo que devemos seguir. Nos convida a ter coragem de pegar a nossa cruz e segui-lo (Mt 16, 24), pois é na obediência de Jesus ao seu Pai, mesmo sabendo do sofrimento incomensurável pelo qual passaria, que devemos retirar forças para entrar pela porta estreita.
Sejamos, na adoração de Cristo posto na cruz, como a semente de trigo que precisa morrer para dar frutos (João 12, 24), confiantes de que nossa tristeza se trocará em alegria (João 16, 20). Saibamos que, por mais que o mundo nos aflija, não devemos ter medo, pois ele afligiu muito mais a Jesus, sendo por Ele, porém, derrotado (João 16, 33).
Referências
Bíblia Sagrada
http://www.acidigital.com/fiestas/pascoa/triduo.htm
http://www.soucatequista.com.br/a-espiritualidade-da-sexta-feira-santa-2.html
http://diretodasacristia.com/home/heri-et-hodie/sobre-os-ritos-da-semana-santa/
http://liturgia.cancaonova.com/
http://cleofas.com.br/sexta-feira-da-paixao/