Do Jornalista Woden Madruga, crônica publicada na Tribuna do Norte de hoje, a respeito de uma visita que recebeu de uma comitiva de amigos de São Paulo do Potengi, no último domingo, na sua Fazenda Queimadas, em Lagoa Velhos. Vale a pena compartilhar o texto com nossos leitores.
"Mesmo sem sinal de chuva, domingo foi de muita alegria em Queimada de Baixo. Estava dividindo um flerte entre a jitirana driblando os espinhos de um facheiro com sua florzinha ainda de roxo desmaiado e o amarelo ouro de uma caibreira que antecipou o tempo de sua floração, quando de repente, mais do que de repente, vejo entrar pelo terreiro o velho amigo Ambrósio Azevedo, patriarca de São Paulo do Potengi, à frente de sua comitiva: Amauri de Ambrósio, Pedrinho Aquino, Luizinho Marques e Johan Adonis, conhecido e respeitado como o maior degustador (não bebedor) de cachaça daquelas ribeiras. Também é geógrafo e tem paixão pelo ABC e pelo PT. Muito mais pelo PT.
Amauri é músico e formado em gestão pública, Pedrinho Aquino, empresário comercial, e Luizinho, livreiro e dono da principal banca de jornais de São Paulo. Todos, discípulos do Monsenhor Expedito e que prosseguem na mesma missão com o Padre Ramos. Pedrinho é tão devoto que o seu estabelecimento comercial (material de construção) tem o nome de Frei Damião. Na sua calçada, quando a feira era no domingo, reunia-se, todas as manhãs, uma confraria da qual fazia parte também o doutor Otávio Lamartine. Ambrósio, já chegando aos 85 anos, é a memória viva de São Paulo do Potengi. Foi comerciante, dono de padaria, dono de cinema, dono de amplificadora, comentarista politico, vereador e assessor do Monsenhor Expedito para assuntos variados.
O papo se instalou no alpendre que se abre para a nascente dominada pela Serra de Joana Gomes. Foi uma manhã, entrando pela tarde, agradabilíssima e de tanto encantamento que, ás vezes, quando a roda fazia uma rápida pausa para beliscar o cálice de vinho do Porto ou uma cachacinha de Salinas (preferida do Johan, que não é irlandês, mas nascido em São Tomé, com antepassados seridoenses), tinha-se a sensação de ouvir, não muito distante, os aboios de Fabião. As Queimadas estavam em festa."