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Por Silvério Filho (estudante de Direito) |
Quando aparecem pessoas motivadas a rever os conceitos da política de uma região, é comum que outras se ponham contra essa ideia, argumentando que não há mais jeito pois o sistema se corrompeu e o povo se acostumou. Eu digo que não. Nunca é tarde para rever seus conceitos quanto a realidade em que você vive. Sempre é hora de contestar. Esse é nosso papel enquanto cidadãos. Já dizia o eminente Paulo Freire: "A nossa realidade não é imutável, ela é construída, pouco a pouco, pelos nossos atos e vontades".
Por isso, creio que o povo tem que se conscientizar cada vez mais do seu poder político, do quão importante é a sua participação ativa para a sociedade. Não devemos nos acomodar quanto aos nossos ideais. Se os temos, devemos lutar para alcançá-los, por mais que existam vozes dizendo que não é possível, que nós estamos indo contra uma ordem que sempre foi respeitada no decorrer dos tempos (o típico: "Mas sempre foi assim, para quê mudar?). Mas quem disse que essa ordem, esse tipo de política é o correto a se fazer só porque sempre foi feito dessa maneira? Será que é correto que ajamos sempre da maneira que aconselham, sem que contestemos nada?

Certamente creio que isso não é o correto a se fazer. Para agirmos conscientemente em relação aos nossos interesses e a ética que pregamos, fundamental se faz a contestação da realidade em que vivemos. Sem contestação, não há compreensão. Sem compreensão, seremos muito mais facilmente manipulados por interesses egoístas e financeiros, em detrimento do bem comum, que é o objetivo último da ação política.
Portanto, não devemos nos deixar levar por paixões ilógicas ou promessas sem pé nem cabeça, tampouco por pagamento para que você não pense. Neste momento, a pouco mais de um mês paras a eleições municipais, a nossa melhor arma é a razão, a comparação, pautada na realidade dos fatos, para que possamos escolher, conscientemente, os futuros governantes. Só assim, posteriormente, poderemos almejar, com a nossa ética intacta, um progresso nas relações políticas, vivenciando um novo tempo.